Raridades e novos registos no mar dos Açores
Uma forma de registar e partilhar as observações que vão sendo feitas pela Secção de Biologia Marinha do Departamento de Biologia da Universidade dos Açores.
sábado, 2 de março de 2013
quinta-feira, 17 de maio de 2012
Masturus lanceolatus (Liénard, 1840)
M. lanceolatus distingue-se facilmente das outras espécies desta família pela projeção da barbatana caudal.
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
Umbraculum umbraculum
Capturado a 7m de profundidade sobre fundo rochoso pelo Sr. Moisés Correia Câmara, da Ribeira Grande.
Trata-se de um molusco gastrópode opistobrânquio da espécie Umbraculum umbraculum. Considerado sinónimo de Umbraculum mediterraneum pelo CLEMAM, presumivelmente com base em Wägele e outros (2006).
Espécie incluída no portal da Biodiversidade dos Açores, onde está registada para São Miguel, no Pico e no Faial. É uma espécie difícil de ver em mergulho, o que talvez explique a razão porque o mergulhador não o conhecia e portanto o recolheu.
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
Foca em São Miguel: diário dos avistamentos
É provável que seja este o animal que arrojou nas Calhetas.
19.Nov. Porto de Ponta Delgada
Observada por muita gente durante todo o dia, por vezes de muito perto. Atiraram-se peixes para perto do animal, mas este não respondeu.
Cobertura na imprensa:
18.Nov. Marina de Vila Franca do Campo
As primeiras fotografias que conseguimos obter permitem fazer uma identificação preliminar da espécie como sendo uma foca-cinzenta, Halichoerus grypus (ver a ficha da espécie na IUCN Red List of Threatned Species ou na Seal Conservation Society).
Trata-se de uma espécie muito comum nas regiões temperadas frias de ambos os lados do Atlântico Norte, onde o seu efectivo apresenta uma tendência para aumentar. Classificada pela IUCN como de Baixa Preocupação, consta na Europa nos anexos II (Espécies animais e vegetais de interesse comunitário cuja conservação exige a designação de zonas especiais de conservação) e V (Espécies animais e vegetais de interesse comunitário cuja captura ou colheita na natureza e exploração podem ser objecto de medidas de gestão) da Directiva Habitats.
Os adultos são animais de grandes dimensões: nas ilhas britânicas os machos têm em média 2 m de comprimento e pesam 233 kg enquanto as fêmas são mais pequenas, com 155 kg para 1,8 m de comprimento médio. Os animais do Atlântico Ocidental são ainda maiores: os machos pesam normalmente 300-350 kg e as fêmeas 150-200 kg.
As épocas de nascimento são diferentes consoante as regiões: em Janeiro na costa americana, entre Setembro e Dezembro no Atlântico oriental e entre Fevereiro e Março no Báltico. As crias nascem em terra ou no gelo, e as fêmeas amamentam-nas durante 15-18 dias. O desmame é abrupto, quando as crias pesam entre 40-50 kg. Estas ficam no local onde nasceram durante 1-4 semanas, até completarem a muda da pelagem, vivendo das reservas de gordura e chegando a perder 25% do seu peso corporal. Dispersam depois por uma área considerável, percorrendo por vezes distâncias de mais de 1.000 km.
Estes animais fazem mergulhos baixos e pouco demorados para se alimentarem sobretudo de peixes demersais.
14.Nov. Porto das Capelas
Foi hoje avistada uma foca no Porto das Capelas. Na ausência de fotografias não é possível dizer se se trataria do mesmo animal observado na Vila Franca. Testemunhas referem que o animal aparentava ter dificuldades em respirar.
Foi avistada uma foca na Marina de Vila Franca durante a tarde de hoje. Segundo informação dos observadores o animal estaria visivelmente fraco. Uma equipa da RACA/Universidade dos Açores chegou ao local ao fim da tarde, mas não conseguiu localizar o animal. Aparentemente não foram feitas fotografias.
Nos últimos anos têm sido avistadas várias espécies de pinípedes nos Açores. Existem referências na internet a um exemplar vivo de Cystophora cristata (foca-de-crista) em São Jorge em Julho de 2006 (no IntraDOP e no Bordado de murmúrios) e um animal já em decomposição na Terceira, em Abril de 2007, identificado como uma foca-cinzenta, Halichoerus grypus (IntraDOP).Em ambos os casos se tratam de espécies pelágicas das regiões árticas. A foca de crista, em particular, tem sido registada em regiões setentrionais de ambos os lados do Atlântico com frequência crescente nesta década (Mignucci-Giannoni & Haddow, 2002).
Referências
A. A. Mignucci-Giannoni & P. Haddow, 2002. Wandering hooded seals. Science, 295: 627-628.